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Quando Ser Mulher no Poder Incomoda: O Ataque Misógino à Ministra Marina Silva

O episódio ocorrido durante a audiência no Senado Federal, envolvendo a ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, é mais uma demonstração alarmante de como o sexismo, a misoginia e a violência política de gênero ainda estão profundamente enraizados nos espaços de poder no Brasil.

O debate, que deveria girar em torno de ideias, respeito institucional e busca por soluções para o país, foi marcado por ataques pessoais, interrupções constantes, ironias e ofensas que ultrapassaram os limites do aceitável. A ministra foi desrespeitada, interrompida e silenciada reiteradamente por senadores, especialmente por Omar Aziz e Marcos Rogério. Em vez de se dirigirem a uma ministra de Estado com o mínimo de civilidade que o cargo exige, preferiram tratar Marina Silva com desdém, autoritarismo e machismo.

A fala do senador Marcos Rogério, ao dizer que a ministra deveria “se pôr no seu lugar”, é carregada de um simbolismo violento. Revela o incômodo de alguns parlamentares diante de uma mulher firme, preparada e que se recusa a ser submissa. A tentativa de deslegitimar Marina Silva enquanto autoridade pública tem um objetivo claro: diminuir sua voz, enfraquecer sua atuação e reafirmar uma lógica patriarcal que insiste em não reconhecer o papel das mulheres nos espaços de decisão.

O senador Omar Aziz, por sua vez, ultrapassou todos os limites ao acusar a ministra de “atrapalhar o país”, desconsiderando seu histórico de luta em defesa do meio ambiente e da democracia, além de distorcer o sentido de responsabilidade institucional. O tom agressivo e o conteúdo das falas evidenciam um padrão de violência política que precisa ser denunciado e combatido.

Marina Silva não estava ali como uma mulher qualquer: estava como ministra de Estado, como autoridade legitimada pela democracia. E merece ser tratada com o mesmo respeito e igualdade que qualquer outro ministro homem recebe.

A sociedade brasileira não pode mais aceitar que mulheres sejam silenciadas, humilhadas ou atacadas por exercerem com firmeza seus cargos públicos. A violência política de gênero é real, e episódios como esse devem servir de alerta e indignação.

Todo apoio e solidariedade à ministra Marina Silva. Que sua coragem continue inspirando tantas outras mulheres a não se calarem diante do machismo que ainda insiste em ocupar os corredores do poder.

Por Joyce Moura – jornalista

@joycemourarealize

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