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Correio do crime: Polícia intercepta advogada com bilhetes ditados por criminosos para presos de Penitenciária do RN

O jornal teve acesso aos conteúdos das mensagens com ordens sobre controle do tráfico de drogas, acerto de contas, ameaças a agentes de segurança pública e até crimes cometidos fora da penitenciária

Menos de 30 km separam as comunidades periféricas de Natal e a Penitenciária Rogério Coutinho Madruga, em Nísia Floresta. Todavia, uma advogada estava tentando intermediar uma comunicação ilícita entre reclusos da unidade prisional e traficantes livres de bairros da capital potiguar.

“Pombo-Correio”; assim são denominados os advogados que trabalham para o tráfico, facilitando a ação de criminosos em vários ramos do crime organizado. Durante a “Operação Semana Santa”, realizada entre os dias 14 e 17 de abril, policiais penais da Penitenciária Estadual Rogério Coutinho Madruga flagraram uma advogada tentando entrar na unidade de segurança máxima com sete laudas contendo informações sobre o crime organizado. As mensagens tratam do controle do tráfico de drogas, acerto de contas, ameaças a agentes de segurança pública e até confissões de crimes cometidos pelos “parceiros do lado de fora”. O caso foi gravado pelas câmeras da penitenciária e registrado na Polícia Civil.

Com os estabelecimentos prisionais sob controle da Secretaria da Administração Penitenciária (Seap), as comunicações entre os criminosos foram dificultadas, como revela uma das mensagens apreendidas: “Agora nossas cadeias não têm telefone, mas antes tinha com força”. Sem energia nas celas, e com o uso de tecnologia como o scanner corporal de raios-x, entrar com um celular numa cadeia ficou extremamente difícil.

Os criminosos, então, tentam usar outros artifícios para se comunicar. Desde 2019, quando um preso engoliu um celular com o objetivo de escondê-lo no presídio, que não há registro de entrada de aparelhos eletrônicos na unidade prisional.

Na ocasião, com o celular no organismo e sem conseguir retirá-lo, o preso precisou passar por uma lavagem intestinal e uma endoscopia no Hospital Monsenhor Walfredo Gurgel, em Natal, para que o aparelho pudesse ser tirado do seu corpo.

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