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GREVE QUE NÃO RESOLVE

Policiais civis, escrivães e servidores do Itep-RN paralisaram as atividades. Protesto contra o atraso de salários. Eles sequer receberam o 13º de 2017 e não sabem quando o governo vai pagar novembro, dezembro e o 13º de 2018. Justificada a “Operação Zero”. Ok.
Mas, uma pergunta se faz necessária: a paralisação termina com o fim do governo Robinson Faria (PSD) ou segue no governo Fátima Bezerra (PT)? Daqui a cinco dias Robinson diz tchau e, ao mesmo tempo, Fátima diz: “Oi, estou chegando”.
Assim sendo, sem reprovar a atitude dos que cruzaram os braços, a greve parece inofensiva ao governo que aí está e injusta ao governo que vai entrar.
No primeiro caso, Robinson não está nem aí. Ele já arrumou as gavetas, pouco frequenta o Gabinete Civil e já entrou no clima de Réveillon. Logo, não se esforçará para atenuar o sofrimento dos servidores de bolso vazio.
No segundo caso, será injusto o novo governo enfrentar uma greve sem culpa no cartório, muito embora se entende que o Estado é um só. No entanto, a futura governadora vai precisar do apoio de todos para enfrentar um desafio de equacionar uma conta negativa superior a R$ 2,6 bilhões, incluído aí a dívida de R$ 1 bilhão com a folha salarial dos servidores. Uma greve não ajudará em absolutamente nada.
O caminho razoável para os servidores da segurança, assim como de outras categorias, será estabelecer o diálogo com o futuro governo para definir compromisso. Fátima vai abrir o diálogo em busca do entendimento. Talvez, e provavelmente, com uma facilidade que outro político não teria, afinal, a sua carreira política foi toda ela construída no movimento sindical, com ênfase na luta dos trabalhadores em educação.
É claro que o cenário de crise não permite afirmar que Fátima terá facilidade para convencer os servidores públicos a esperar por mais tempo. Ela precisará de, logo no primeiro momento, apresentar algo concreto, formalizado em papel, e de curto prazo para realizar. Do contrário, muito dificilmente a petista conseguirá controlar o mau humor dos servidores públicos estaduais.
É certo que a futura governadora tem um plano em mente para colocar em prática de imediato. Uma antecipação de receitas de royalties de petróleo e gás pode ser uma alternativa, embora esse tipo de medida não seja a melhor para resolver a crise, muito pelo contrário, apenas retarda uma crise maior.
Pois bem.
Diante de tudo isso, o fato concreto é que o cidadão potiguar está pagando a conta. Cara, que se diga. E não vê luz no fim do túnel.

Por Cezar Santo

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