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Pandemia afeta tradição junina e faz o povo festejar de uma forma bem diferente, “cada qual na sua casa”

“No mês de junho tenho Deus por testemunho, com meu violão em punho, vou fazer meu São João.” Gravados por Elba Ramalho, os versos de Moraes Moreira na canção São João na Estrada ganham outra dimensão em 2020. A cantora, cuja imagem praticamente se mistura à das festas populares do meio do ano, vive um junho diferente. “Estarei num outro tipo de estrada e, quem sabe, atingindo mais gente ainda”, declarou Elba em entrevista ao Estadão. Ela participa no dia 23 de uma live promovida por Campina Grande, para comemorar o São Joãovirtual.

A cidade paraibana, dona de uma das principais festas juninas do País, adiou o evento para outubro, em vez de cancelar, como ocorreu em outros municípios que tradicionalmente realizam festejos em junho. Eles foram suspensos para impedir aglomerações e conter o avanço do coronavírus no País. “É muito difícil sob todos os aspectos. O Nordeste vive e respira São João, mas a pandemia é maior que tudo no momento”, afirmou Elba. “Vou fazer o meu São João do jeito que for possível e vou tentar compartilhar ao máximo. As nossas vidas mudaram, o mundo está mudando e a festa vai ter de mudar.”

Mossoró Cidade Junina, realizado na cidade do Rio Grande do Norte, é o terceiro maior São João do Nordeste, com um público de cerca de 1 milhão de pessoas. “Não podemos adiar a data da festa. Nosso calendário é repleto de outras atividades culturais”, diz Isaura Rosado, secretária municipal de Cultura. As transmissões em junho prometem lembrar os arraiais.

Caruaru, por sua vez, não faz live musical em junho, mas, sim, uma ação solidária. “O São João na nossa cidade movimenta a economia e a vida de muita gente, como artistas locais que esperam o ano inteiro”, afirma Raquel Lyra, prefeita de Caruaru. A festa reúne cerca de 3 milhões de pessoas todo ano e tem entre as tradições o desfile dos bacamarteiros (homenagem aos brasileiros que lutaram na Guerra do Paraguai, no século 19) e as comidas gigantes. O bolo de milho, por exemplo, é preparado há quase 40 anos; em 2019, teve 11,5 metros de comprimento e levou 1,2 mil ovos e 50 quilos de farinha de trigo. 

Fonte: Portal O Estadão.

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